Rubens(1577-1640);"Pan und Syrinx",um 1617-Staatliche Museen Kassel-Deutschland

Publicado na Revista JM Magazine, n.º17 - Abril/2007

(*) Membro titular da Associação Brasileira de Psiquiatria.
Atua na Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM)


O nome de Pan significa em sua raiz tudo, uma conotação de natureza no sentido mais amplo e primal da palavra. O Deus Pan  era amante do vinho e da música. Sobre seu nascimento havia várias versões dando ora como filho de Zeus ou de Hermes, ora como filho do ar e de uma nereida, ou filho da terra e do céu. Era o Deus das arvores, florestas e das ovelhas, metade homem e a outra de um carneiro de chifres,  um ser feio e assustador que em nada lembrava a beleza de Apollo. Perseguia as ninfas tentando seduzi-las com música e belas palavras já que não atraia pela sua beleza. Teve assim seu nome relacionado a certas formas de medo brusco.

 

O transtorno do pânico é um sério problema de saúde, mas pode ser tratado. Geralmente é disparado em jovens; cerca de metade dos indivíduos que têm este distúrbio manifestam antes dos 24 anos de idade. Mulheres são duas vezes mais propensas a desenvolverem o pânico que os homens. Muitas pessoas vagam pelos consultórios e clínicas do mundo inteiro sem que ninguém seja capaz de lhes dizer qual a verdadeira origem de seus males.  Submetidas a uma série interminável de consultas e exames  não tem seu problema resolvido. Três quartos dos pacientes com distúrbio mental não estão onde deveriam estar: no psiquiatra ou no psicólogo.


"Deus Pan" - escultura

 

 


Estão nas mãos do cardiologista, do neurologista ou de outro especialista qualquer.
É uma multidão que não trata a sua doença de forma adequada, pois um mal diagnóstico pode levar essas pessoas a conviver com sofrimento, que acaba se estendendo à toda a sua família. Comumente denominam de pânico, estados depressivos ansiosos, fobias e qualquer coisa que produza desconforto, medo e palpitações. Na verdade a patologia tem características especificas desconhecidas da maioria dos médicos que não sejam psiquiatras.


Não podemos classificar como transtorno do pânico qualquer reação intensa de medo. Assim sendo estão aqui apresentados os critérios usados para fazer este diagnóstico:

a) Existência de vários ataques no período de semanas ou meses. Quando houve apenas um ataque é necessária a presença de significativa preocupação com a possibilidade de sofrer novos ataques ou com as conseqüências do primeiro ataque. Isto é demonstrado pela preocupação com doenças, intenção de ir ao médico e fazer exames, vontade de informar-se a respeito de manifestações de doenças.

b) Dentre vários sintomas pelo menos quatro dos seguintes devem estar presentes:

- Aceleração da freqüência cardíaca ou sensação de batimento desconfortável.
- Sudorese difusa ou localizada (mãos ou pés).
- Tremores finos nas mãos, extremidades ou difusos em todo o corpo.
- Sensação de sufocação ou dificuldade de respirar.
- Sensação de desmaio eminente.
- Dor ou desconforto no peito (o que leva muitas pessoas a acharem que estão tendo um ataque cardíaco)
- Náusea ou desconforto abdominal
- Tonteiras, instabilidade sensação de estar com a cabeça leve, ou vazia.
- Medo de enlouquecer ou de perder o controle de si mesmo.
- Medo de morrer.
- Alterações das sensações táteis como sensação de dormências ou formigamento pelo corpo.
- Enrubescimento ou ondas de calor, calafrios pelo corpo

   
TRATAMENTO


O tratamento mais recomendado para o bloqueio das crises são os psicofármacos. Os antidepressivos de todos os grupos e os tranqüilizantes são eficazes no controle rápido.
Atualmente dificilmente um paciente não melhora com alguma medicação.

Recomendações aos familiares:


Psiquiatra Daniel Hercos

 

 

 

 


1. Não façam suposições a respeito do que a pessoa com pânico precisa, pergunte a ela.

2. Sejam previsíveis com o paciente, evitem surpresas.

3. Proporcionem a quem sofre a paz para se recuperar.

4. Sejam otimista, procure aspectos positivos nos problemas.

5. Não sacrifique sua própria vida, pois acabará criando ressentimentos contra o doente.

6. Não entrem em pânico quando o paciente tiver um ataque.

7. Sejam pacientes e aceitem as dificuldades de quem tem pânico, mas não se conforme como se ela (e) for uma inválida (o).

8. Nunca diga: acalme-se, você pode lutar contra isso, não seja ridícula (o) e covarde.

 
 

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